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3.22.2008

Viver

A vida nem sempre é como gostamos, a grande dificuldade é saber do que se gosta realmente. Entre as noites tórridas de um calor que vem de dentro e uma brisa que continua a deixar-me a pele arrepiada, sinto-me sempre preparado para o que a vida reservou para mim, ainda que nem sempre o aceite animado, prefiro ser eu a conduzir a vida, não gosto que seja ela a transportar-me, não vá ela deixar-me num lugar de onde seja já irremediável sair.

Os ventos provocam-me incertezas, desânimos momentâneos, apatias desconfortáveis, por vezes a insegurança é a maior certeza. Do alto do meu ser, sinto-me por vezes tão pequeno, dentro de todo este fogo que me consome, há um gelo tão poderoso que quase rói.

Acordar todos os dias e manter a rotina que muitas vezes é só o que nos mantém vivos, não chega para me sentir realizado. Os objetivos, as ambições só me tornam escravo da vida e deixar de viver pelo que gosto, mas viver pelo que quero, já chega.

O que eu quero mesmo é chamar de vida a tudo o que faço por prazer, acordar cedo porque há um demasiado sorriso para dar nesse dia, porque há momentos que não posso mesmo perder, viver pelo prazer de saborear o que me faz mal e sentir-me pecaminosamente bem.

Viver para depois morrer não chega, quero viver tudo o que a vida deixar, sem a obrigação de ter de cumprir os meus objetivos, sem a pressão de ter de ser feliz, só se é feliz quando nem nos lembramos que a felicidade existe.

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