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9.18.2008

Será que podemos falar de amor?



Vivemos em um tempo em que a palavra amor não designa mais o seu sentido próprio porque vêm sendo revestida de muitos outros significados que são contra-sensos ao seu sentido original. Não pretendo fazer aqui toda uma digressão sobre os diferentes usos dessa palavra através dos tempos, mas gostaria de compartilhar com o leitor algumas reflexões sobre o assunto.

Desde o início dos tempos a idéia do amor acompanhou os homens em sua busca de compreender os outros homens. De uma forma geral, porém, ela se refere a idéia de um relacionamento onde haja uma decisão e um compromisso recíproco.

Mas, vejamos como estamos vivendo o amor em uma época em que somos envolvidos pela mentalidade do efêmero, da inconseqüência nos atos, da ilusão da felicidade comprada em qualquer esquina? A máxima ouvida da esquina dos bares aos consultórios psiquiátricos é que estamos sofrendo porque queremos ser felizes!!!

Não é contraditório? A outra frase constante é que sofremos porque queremos ser amados, reconhecidos, valorizados, especiais. Assim, precisamos comprar o carro do ano, a roupa de grife, ocupar um cargo importante e conquistar, seduzir e convencer a pessoa desejada que podemos lhe dar tudo que ela sempre quis.

Dessa maneira passamos das coisas que podemos comprar para as pessoas que podemos possuir, e, chamamos isso de amor? Não é de se admirar que a doença do século seja a depressão e o vazio existencial.

Por que, afinal, estamos sofrendo tanto? Tantas carências, tantos vazios, tanta solidão? Dirão alguns que o homem é um ser da falta, ou que é um ser desejante, sempre insatisfeito. Dirão outros que é porque o ser do homem tem um mecanismo autodestrutivo dentro de si e por isso busca o sofrimento.

Dirão outros mais que não existe o amor ao outro, existe o amor a mim mesmo e que busco no outro aquilo que quero para mim. Sendo assim, o encontro com o outro é sempre uma frustração, porque o outro está sempre aquém daquilo que espero para mim. O resultado é um conflito necessário e um fracasso inevitável do amor, concluirão, num raciocínio lógico, outros mais.

Contudo, em nenhuma outra época da história humana tivemos acesso a tantos livros e artigos falando da importância do amor para a felicidade humana. Muitos apontam como razão para as doenças de toda ordem, para os comportamentos anti-sociais, para os descontroles psíquicos, fobias, pânicos e toda sorte de infelicidades humanas, exatamente o fato de não terem recebido amor – concordamos plenamente com essa realidade psicológica, afinal é com esse fato que, como psicólogos, trabalhamos todos os dias. Mas, o pior é que a humanidade continua sofrendo. Como? Se nunca tivemos tantos recursos para ser feliz? O que nos falta?

A sociedade moderna oferece milhares de opções, possibilitando a livre escolha de valores e de relações; paradoxalmente, porém, nunca o homem se sentiu tão isolado, desconectado e esvaziado de sentido como nesse nosso tempo tão... moderno (!?).

É interessante observar que a ciência deu milhões de respostas aos homens, explicou-lhes sua história, seu comportamento, seu psiquismo. Deu-nos muitos “porquês”, mas não conseguiu nos dar um “para que” viver. Diante de tantas informações o homem se ocupa e se preocupa, mas não vê significado em nada disso. A necessidade de amor passa a ser mais uma “descoberta” científica, mais uma receita, mais uma coisa que devemos ter para sermos satisfeitos e completos.

Precisamos de amor. É fato. Qualquer pessoa sabe hoje que a criança precisa ser amada, aceita e valorizada pelos seus pais. Depois pelos professores, amigos, namorado (a), esposo (a), filhos (as), netos, etc. Se nesse caminhar humano houver uma falha nesse processo de receber amor, então, estamos perdidos. Estamos condenados ao fracasso, a depressão, a infelicidade nos relacionamentos vários.

Se sofremos só pode ser porque alguém nos faltou com amor: nossos pais não nos amaram como deveriam, nossos professores não nos compreenderam, nossos amigos nos abandonaram, nosso conjugue só pensa nele mesmo, nossos filhos foram embora, e, chegamos ao fim da vida sem saber para que vivemos.

Por outro lado, e isso também é fato, para sermos amados dependemos que alguém resolva nos amar. E, como não podemos obrigar alguém a nos amar, precisamos de uma garantia: só posso amar se o outro me amar primeiro.

O amor vira uma barganha. Mas o outro não quer correr o risco de amar quem não o ama... Estamos todos condenados à solidão? Passaremos pela vida cobrando o amor que não nos foi dado? Culpando o mundo pelo nosso sofrimento, pois esse nos deve amor?

Pensemos, ainda, na hipótese de sermos bem sucedidos em nossas exigências de amor; como iremos acreditar em um amor exigido ou trocado? E se acabarmos amando? E se perdermos quem compramos por um alto preço? Então, conclusão óbvia, se amar é sofrer então é melhor não amar. Mas se não amarmos, como vimos, não acreditamos que somos amados. Caímos em um círculo vicioso.

Assim, teremos que declarar que o amor não existe, e, nossa resposta à pergunta inicial seria, não. Não podemos mais falar de amor. Podemos falar de paixão, desejo, afetividade, sexo, obrigação, negociação, posse, objetos... Não de pessoas nem de amor..

Não é angustiante essa conclusão? Acabar com o casamento, desistir de ensinar nossos filhos o respeito ao outro, não falarmos mais de ética, nem de valores nem de vida? Mas, como conhecemos o ser humano através da abordagem direta de seu próprio inconsciente, vamos começar de novo. Desta vez por outro caminho.

Definimos inicialmente o amor como sendo uma relação entre duas pessoas que implica em decisão e compromisso. A palavra decisão diferencia-se da palavra escolha.

Segundo Giovanetti (2001, 2002) o conceito de escolher está ligado a uma opção de desejo, sem implicação de mudança na direção da vida. O conceito de decidir, por outro lado, implica em liberdade de resposta em relação a um projeto vital, que inclui renuncia e transformação, pois determina uma mudança de direção na vida, por uma Verdade que nos ultrapassa.

Liberdade, por sua vez, não é uma liberdade de se fazer o que quiser, mas uma liberdade para realizarmos aquilo que já somos potencialmente. E o que somos?

Ensina-nos Vaz (1991, 1992), e a ADI confirma, que não somos só corpo nem só psiquismo, mas somos também uma dimensão noológica (Moraes, 2000). Isso é importante porque as duas primeiras dimensões sofrem os efeitos dos condicionamentos vários e a dimensão noológica é livre desses condicionantes. É por causa da existência dessa dimensão, essencialmente humana, que podemos falar de liberdade, de decisão, de realização e de Amor.

O amor é um ato livre, que, por sua vez, é um ato sem causa, pois o próprio ato livre é a causa ou o início daquilo que surge. Ou seja, ser livre é não depender nem da ação de algum outro nem de algum outro condicionante para agir. Ser livre é poder decidir amar, sem depender que um outro ame primeiro, porque isso não seria decisão, mas submissão. Ser livre inclui, então, a relação de intersubjetividade que implica em assumir a responsabilidade por aquele a quem decidimos amar.

Podemos escolher coisas e até pessoas para termos momentos de felicidade. Mas não podemos ter amor. O ter pode ser comprado, o ser só pode ser realizado, por uma decisão livre e gratuita. O amor não pode ser cobrado, pois deixaria de ser amor. Assim, só podemos ser quando amamos. Amar implica em decidir por um Bem maior, que nos transcende, permitindo a construção de um mundo compartilhado, onde assumimos a alegre missão de ajudar um outro a crescer em sua humanidade.

Porém, nessa tarefa, a nossa vida se enche de sentido, pois vamos nos realizando nesse processo de descoberta de nós mesmos a partir da descoberta do outro que – descobrindo o amor, através de nós – também se abre para nós. Vamos desfazendo o intrincado novelo no qual nos emaranhamos tentando garantir a nossa felicidade. Não somos mais dependentes de sermos amados, pois a nossa realização se dá na medida que nós decidimos amar. Não é sacrifício ou anulação de nós mesmos. É possibilidade de concretização do verdadeiro motivo de nossas existências.

Amar não é sorte nem escolha. Não é sorte, porque não depende do destino. Não é escolha porque podemos escolher errado. É decisão, pois essa é soberana, e pode fazer dar certo. Se somos capazes de tantas renuncias para realizarmos um projeto profissional, escolar, etc., porque desistimos tão facilmente de nossos relacionamentos? Diante de um má escolha podemos sempre nos reposicionar procurando enxergar o mundo sob o olhar do outro, ajudando-o a aprender a amar e ser mais livre para ser aquilo que ele deve ser.

Amar é um ato intransferível, ninguém pode amar no meu lugar. Contudo, ele tem força de abrir, com as chaves do amor verdadeiro, que tudo crê, tudo espera, tudo sustenta... o coração do outro, reconstruindo nossos relacionamentos, construindo uma humanidade mais humana. O resto – a profecia, a ciência e a fé – nada são se não houver amor.

Diz-nos Tillich (1976), que o ser humano é o único ser da natureza que pode contradizer o seu ser essencial, isto é, ele pode decidir não ser livre, não viver e não amar. Porém, contradizer esse anseio humano leva ao sentimento de culpa, a auto-rejeição e ao sentimento de estar condenado, não a um castigo externo, mas ao desespero de haver perdido o próprio destino.

Chegamos, assim, a uma conclusão, podemos e falar de amor. Ele é o único projeto humano que é eterno. Não uma eternidade que dura enquanto durar a satisfação, o desejo, a paixão ou o interesse. Mas que é infinito porque dá sentido às nossas vidas hoje e nos impulsiona para construir um futuro que realmente valha à pena.

Os filhos e os filhos de nossos filhos não precisam de coisas, nem só de carinho e atenção, eles precisam aprender a amar e certamente seguirão os modelos de amor que viram entre os seus pais. Portanto, vamos construir um mundo mais humano e verdadeiro para os nossos filhos?

Autor: Maria Clara Jost de Moraes

9.02.2008

Sirenia (Biografia)


Sirenia banda norueguesa de gothic metal, criada depois da saída de Morten Veland da banda Tristania. Apresenta uma sonoridade muito coesa, característica das composições de Veland.

A banda, cujo nome foi inspirado nas sereias da mitologia grega, sedutoras de homens com sua beleza e seu canto, foi fundada em 2001, após Morten Veland deixar Tristania, outra banda do gênero. Depois de Veland deixar Tristania, não se sabia como ambos ficariam, até 2002, com o lançamento do álbum At Sixes And Sevens, com a participação de Fabienne Gondamin nos vocais. Em 2004, com Henriette Bordvik no lugar de Gondamin, foi lançado o álbum An Elexir For Existence.

Após sua saída do Tristania, Morten restabeleceu contato com sua antiga gravadora, a Napalm Records, e seu produtor, Terje Refnes do Sound Suite Studios. Veland convidou Kristian Gundersen, que se encaixava perfeitamente em suas inclinações musicais, para integrar a banda. Gundersen era guitarrista e executava partes de vocais limpos. Também era integrado à banda o tecladista Hans Henrik Varland.

Logo em seu trabalho inicial, At Sixes and Sevens, gravado no final de 2001 e lançado no começo de 2002, o Sirenia já atraíu grande público. O álbum, que contém 9 músicas, é marcado pela presença de características de symphonic metal aliadas ao clássico gothic metal. Para os vocais femininos, foi convidada a cantora francesa Fabienne Gondamin. Também contribui com a gravação do álbum o violinista Pete Johansen.

Um coral francês foi contratado para executar várias partes no opus. Jan Kenneth Barkved participou dos vocais limpos, que foram acrescentados para uma maior diversidade a esse lançamento. At Sixes and Sevens é considerado pela crítica uma grande obra com belos arranjos e uma atmosfera freqüentemente alternada entre o peso das guitarras e urros e a melancolia dos vocais clássicos e violinos.

A vocalista, Fabienne Gondamin, somente integrou a banda durante a gravação do álbum At Sixes and Sevens. Segundo Morten Veland, por ela residir na França, seria difícil um convívio, devido a distância em relação a Noruega.

Em 2003 o baterista Jonathan Perez e a vocalista Henriette Bordvik são incorporados à banda. No mesmo ano a banda saiu em turnê para divulgar o álbum. No final desse mesmo ano começam as gravações do novo álbum, An Elixir For Existence. Lançado no começo de 2004, esse novo trabalho, aparentava ser uma continuidade do primeiro.

As composições continuavam bem arranjadas e produzidas, com muitas variações melódicas e cheias de detalhes. As guitarras, entretanto, estão mais presentes e distorcidas do que no outro álbum, e a voz de Henriette contribui muito para a sonoridade das canções. Um ano depois, em 2005, a banda lança um EP, Sirenian Shores.

Henriette Bordvik sai da banda em setembro de 2005, dando início à busca por uma nova vocalista. Monika Pedersen foi a escolhida. Ela vem dedicando toda sua vida à música, seja integrando bandas, coros ou trabalhando como professora de canto.

Com ela, é gravado um novo album de estúdio intitulado Nine Destinies and a Downfall. Antes da gravação do álbum, Kristian Gundersen deixou a banda. Em 5 de novembro de 2007, a banda anunciou a saída da vocalista Monika Pedersen. Segundo nota da própria Monika no site da banda, grandes diferenças musicais a fizeram decidir que o Sirenia não era banda certa para ela, apesar dos bons momentos durante sua curta estadia. Monika retornou à sua antiga banda, Sinphonia.

Kristian Gundersen decidiu dedicar-se mais aos seus outros projetos, o New Beed e o Elusive. Enquanto o tecladista Hans Henrik Varland, preferiu dar mais tempo a sua família deixando o mundo da música. O guitarrista que substituiu Gundersen foi Bjornar Landa

Álbuns e EPs
2002 - At sixes and sevens
1. Meridian - 6:20
2. Sister Nightfall - 5:38
3. On the Wane- 6:37
4. In a Manica - 6:03
5. At Sixes and Sevens - 6:46
6. Lethargica - 5:30
7. Manic Aeon - 6:26
8. A Shadow of Your Own Self - 5:58
9. In Sumerian Haze - 4:39

Link para baixar o CD.

2004 - An Elixir For Existence
1. Lithium and a Lover - 6:33
2. Voices Within - 6:52
3. A Mental Symphony - 5:25
4. Euphoria - 6:35
5. In My Darkest Hours - 6:04
6. Save Me from Myself - 4:14
7. The Fall Within - 6:48
8. Star-Crossed - 6:28
9. Seven Sirens and a Silver Tear - 4:45

Link para baixar o CD.

2005 - Sirenian Shores
1. Sirenian Shores - 6:01
2. Save me from myself (remix)- 5:05
3. Meridian (acoustic)- 4:04
4. First we take Manhattan - 3:56
5. Obire Mortem-

Link para baixar o CD.

2007 - Nine Destinies and a Downfall
1. The Last Call
2. My Mind's Eye
3. One By One
4. Sundown
5. Absent Without Leave
6. The Other Side
7. Seven Keys And Nine Doors
8. Downfall
9. Glades Of Summer

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Membros atuais
* Ailyn (vocais femininos)
* Morten Veland (vocal e guitarra)
* Jonathan A Perez (bateria e percussão)
* Bjørnar Landa (guitarra)

Ex-membros
* (2006 a 2007) Monika Pedersen (vocais femininos)
* (2002 a 2005) Henriette Bordvik (vocais femininos)
* (2002 a 2004) Kristian Gundersen (vocal e guitarra)

Músicos convidados
* Roland Navratil (bateria)
* Fabienne Gondamin (vocais femininos no album "At Sixes And Sevens")
* Jan Kenneth Barkved (vocais masculinos)
* Pete Johansen (violino)
* Anne verdot (violino)
* Hans Henrik Varland (teclados)



Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sirenia_%28banda